quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Viagem sentimental pelos nomes dos livros. Por Edival Lourenço



Viagem sentimental pelos nomes dos livros

Por Edival Lourenço



Em Colunistas

REVISTA BULA


Valendo-se da própria memória afetiva, o autor empreende algumas viagens sentimentais ao mundo dos livros, passando por uma centena de títulos, dos mais antigos, como Odisseia, aos mais recentes como naqueles morros depois da chuva. O leitor também poderá empreender suas próprias viagens. É só ativar a memória e soltar a imaginação.

Nada de novo no front: naqueles morros depois da chuva, o espião que veio do frio, qual dom Quixote, sem temer a guerra e paz, com pinta de dom casmurro, se alimenta das vinhas da ira, no fio da navalha, numa grande jornada noite adentro, feito o apanhador no campo de centeio, em busca do castelo dos destinos cruzados, na montanha mágica, numa estação no inferno ou a leste do éden.

Ulisses, com o pé na estrada, sua odisseia, qual homem sem o qualidades, na volta do parafuso, apaixonado como o amante de lady chaterley, namora sua Lolita, por quem os sinos dobram, num amor nos tempo do cólera.

No processo de metamorfose, encarando crime e castigo, diante da cavalaria vermelha, num meridiano de sangue, o conde de monte cristo celebra a festa do bode, pelos sertões, na guerra do fim do mundo.
Naqueles mundos de vazabarros, na hora dos ruminantes, feito a máquina extraviada, levando vidas secas, onde ratos e homens vivem cem anos de solidão, pior que o velho e o mar ou o coronel em seu labirinto.
Ana Karenina, pergunte ao pó, se o sol também se levanta pelos irmãos karamazov para, em busca do tempo perdido, viver a divina comédia entre o som e a fúria, enquanto agonizo ou procuro a morte em Veneza, qual Drácula ou o homem invisível.

Doutor Fausto, a sangue frio, do jeito de um grande gatsby, olhai os lírios do campo, incidente em antares, ou no morro dos ventos uivantes levantado do chão, rumo ao farol, cruzando o tempo e o vento, passando por grande sertão: veredas. Lobo da estepe numa centopeia de neon, sob o trópico de capricórnio.

Sem quase memória, mas sem temer a náusea ou a peste, com orgulho e preconceito, Hamlet, uma espécie de Pedro Páramo, o cavaleiro inexistente nas cidades invisíveis, entre almas mortas, pelo atalho dos ninhos de aranha, repete as viagens de Gulliver, sem se importar com a vida e as opiniões do cavalheiro Tristram Shandy ou o sorriso do lagarto. E ainda grita: viva o povo brasileiro, sargento Getúlio, neste admirável mundo novo de 1984!

José e seus irmãos, como o estrangeiro batendo o tambor, supera a invenção de morel, um conjunto de ficções no jogo da amarelinha sobre folhas de relva ou o memorial do convento do paralelo 42.

Moby Dick sai em busca de as cidades e as serras ou do deserto dos tártaros, mas encontra é a terra desolada, no coração das trevas e promove a revolução dos bichos e liberta os miseráveis. Mas tudo são os novelos do acaso, noves fora nada: nada de novo no front.

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