segunda-feira, 27 de julho de 2009

Réquiem d’criança, por francisco vaz brasil


Réquiem d’criança

francisco vaz brasil

D’algum ventre surgiu
está deitada
sobre o papelão
sob a marquise
sob o banco
sob a chuva
y más otras
y otras


agora são muitas
agora são tantas
que choram sobre
o banco da praça;


ainda não tomaram café
ontem, hoje, imemorial;


& agora cheiram a coisa
& e agora fumam baganas
ante o olhar sereno do maior
abandonado:
até que chegue a polícia

enviada pelo alcaide


tudo pelo social
pelo social, tudo
social pelo todo


até o que morrer primeiro
hasta el que murir primero.

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